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sexta-feira, 7 de março de 2008

Avaliação dos professores = Substituição dos professores

Tenho andado a acompanhar todo o processo a que tenho vindo a ser sujeito por parte do Ministério da Educação como professor do ensino secundário e tentado discernir entre as ideias que me apresentam via legislativa e via “des”orientações verbais (de carácter obrigatório e por vezes contraditórias com a própria lei) e as que me passam pela cabeça, quais as que não são fruto da minha visão pessimista. No entanto, nos meus momentos que ainda considero de lucidez cheguei a uma conclusão há cerca de três meses que tenho tentado negar a mim próprio, talvez por conveniência, e que vou tentar descrever de forma imparcial (embora seja difícil já que sou um dos directamente envolvidos):
O intuito fundamental é a redução da despesa pública, e neste caso específico na educação. Já foram implementadas algumas medidas que se manifestam insuficientes, como a alteração do processo de progressão na carreira, os congelamentos, a distribuição de mais trabalho por cada professor e a contratação de professores a recibos verdes com um limite máximo de horas semanais (horários incompletos) que não ultrapasse as que legalmente implicariam outros encargos (tais como o subsídio de alimentação).
No momento está-se a dar o maior passo na redução dos custos, que é a implementação de um processo de substituição dos professores que estão actualmente no quadro e com horários completos (com ordenados maiores) por professores a recibo verde (com horários incompletos e ordenados mais baixos - abaixo do ordenado mínimo nacional).
Este processo está a ser feito através da imposição de objectivos, metas e prazos impossíveis de serem cumpridos por parte dos professores que se encontram com horários completos e dificilmente cumpridos pelos professores com horários incompletos que só o conseguirão através do trabalho efectivo muito superior ao que é legalmente considerado e como tal remunerado.
Assim, estão a ser criadas as condições necessárias para o despedimento com justa causa (incumprimentos dos objectivos/metas) dos actuais professores (detentores de ordenados mais altos), não resultando daí quaisquer encargos relacionados com indemnizações e a contratação de mais professores a recibo verde.

Vou abster-me de escrever sobre a necessidade deste processo, sobre os moldes em que está a ser feito e quais as suas consequências.
Ciente desta possível realidade estou consciência de que faço os possíveis e impossíveis para o bom desempenho do que me incumbem, tendo sempre presente o contributo no crescimento do ser humano. Temo no entanto, que me venham a transfigurar em louco ou a transformarem-me num culpado/”criminoso” na nova era que se aproxima.

Na incerteza das certezas que aqui escrevi,
“professor” Filipe Silva.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ah grande Filipe!!!! Sempre na onda e sempre certeiro. Estou a 100% contigo.
Cumprimentos, Manuel Santos

Paulo Carvalho disse...

Tens toda a razão Filipe. Se formos bem ao fundo da questão, tudo nasce exactamente na única razão de todo este lodo político - a redução de despesa! Quando este país tiver políticos capazes, competentes e corajosos e que reduzam a despesas pública através da redução dos salários loucos e das mordomias dos políticos, dos gestores públicos e dos jobs dos boys, então aí sim teremos o princípio de um país.
Abraço e estou contigo